EscreViver

 

 

Quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

        Querido Teté,

Após tanto tempo a tentar entender se teria a culpa por algo, onde não tive voto na matéria, apercebi-me de que não deveria insistir numa situação que já não era a mesma. Refiro-me ao tempo que gastei a amar a pessoa errada!

Conheci o rapaz por acaso! Achei que seria uma pessoa que entraria e sairia facilmente da minha vida. Estava muito errada! Uma semana depois, essa pessoa demonstrou ser muito diferente do que estava à espera.

Numa tarde de outubro, não me faltaram sinais para perceber o que iria acontecer. Porém, como sou um pouco “tapada”, achei que não seria nada de mais.

No dia seguinte, de manhã, aconteceu o que todos já esperavam, um beijo! Nada de mais, mas significou muito para mim! Nesse momento, comecei a cair em mentiras atrás de mentiras e mais mentiras.

Nesta história, houve várias vírgulas, no entanto, um novo parágrafo foi escrito em novembro. Fui pedida em namoro! O que já era quase oficial… passou a ser oficial. Sentia-me a miúda mais sortuda do mundo! Acreditei que o amor, aos13 anos, existia…porém, não funcionou!

O namoro foi esfriando aos poucos e, no final de novembro, acabou numa discussão. A tristeza tomou conta de mim. As lágrimas vinham-me aos olhos, mas tive que ser forte e seguir em frente. Contudo, pouco tempo depois, voltou para mim! Oficializou o regresso com um beijo e palavras carregadas de saudade. Ansiava tanto pelo seu toque novamente! Os braços dele eram a minha casa, o meu abrigo nos piores momentos, mas já nada era como dantes. Então a história encerrou, com um ponto final, nos fins de janeiro. Desabei quando me apercebi de que o tinha perdido de novo.

Ele foi a primeira pessoa que amei! Ele era o meu porto seguro e acabei por desencadear uma grande dependência emocional. Tudo dependia dele. A minha vida rodava em torno dele e, depois de o perder, ganhei um bloqueio emocional! Uau! Que bela conquista! Não consigo relacionar-me, afetivamente, com mais ninguém. Ninguém será como ele foi…especial, único e sei que nunca irei amar alguém como o amei.

         Não quero pessoas novas. Não quero novos amores para me magoarem. Sei que, se me relacionar com alguém agora, irei usar essa pessoa para suprir a minha carência e solidão!

Preciso, no entanto, de esquecer tudo o que ele fez, o que me causou, no que me transformei. Não sinto que envolver-me com alguém me possa melhorar.

Ele foi e será a pessoas que mais amei, contudo, preciso de ultrapassar isso, já que ele “beijou as minhas cicatrizes, mas fê-las sangrar”!

A lição que aprendi, depois tudo por que passei, foi que não devo depositar e entregar o meu ser a alguém, porque as pessoas são temporárias, mas os traumas que elas deixam duram para sempre!

Tua,

C.

9º ano

Ementas literárias
Escrever na / com a Biblioteca

 

Sugestão dos chefes Tomás Teixeira e Afonso Nóbrega, do 2º A

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 Biopoemas - Curso Profissional 2A

Escola a ler / aLeR+2027 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Biopoemas - 8º A

Escola a ler / aLeR+2027

 

 


 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 


Escola a ler / aLeR+2027



















Escola a ler / aLeR+2027


Ebook produzido a partir dos textos escritos dos alunos do 9º B e 9º E
 
Biopoemas - 10º B
Escola a ler / aLeR+2027
Ser poeta é | Poema coletivo do 12º F
 


Farmácia literária 
Escrever na / com a Biblioteca - Curso Profissional 2º A






Quinta-feira, 8 de fevereiro de 2023

         Querido Peep,

        Ultimamente, as coisas não andam muito bem! Tenho cenários horríveis a passar pela minha cabeça e sinto-me culpado! Do quê? Também não sei explicar.

Sinto que deveria fazer mais, sinto que poderia salvar algumas pessoas de certas situações, mas estou exausto! O sentimento de ser sempre usado, de não significar, absolutamente nada, para as pessoas mata-me aos poucos. Talvez seja uma pequena paranoia da minha cabeça…ou talvez não!

Às vezes até me sinto minimamente importante, mas nada elimina o meu vazio. Há poucas coisas que o preenchem, como os meus amigos (amo-os com todo o meu coração), a poesia (sou louco por escrever poemas onde consigo expressar-me e ser eu) e a música, claro (alivia-me, faz-me sentir num mundo apenas meu). Enfim, tudo isto me preenche, mas não me completa.

Sinto que falta algo em mim! Penso muito no passado e juro que tento enganar o meu pensamento, porém, parece outro, não ser o meu. Ele não me deixa parar de pensar! Tento, todos os dias, fazer algo para me distrair. No entanto, o sentimento de solidão é mais forte, é mais do que eu.

Sinto-me perdido num oceano onde não consigo navegar.

Teu

G.

9º ano

 

 
Cartas a crianças e jovens vítimas do Holocausto




Textos produzidos pelos alunos do 8º C, no ano letivo 2022-2023, no âmbito do projeto sobre o Holocausto - Exposição "#WeRemember - Testemunhos". Veja a exposição virtual aqui.

Atividade articulada entre a disciplina de Português e a Biblioteca da Escola. 
 

Os alunos do 9º C estiveram na Biblioteca para participar na atividade "Farmácia Literária", inserida no projeto Escola a ler / 10 Minutos a ler.
Partindo da leitura de poemas,  selecionados a partir da coleção de poesia da biblioteca, elaboraram bulas literárias, onde referem as indicações e contraindicações da leitura dos mesmos nos possíveis leitores.
 
Partilhamos a bula que a Sara Carvalho produziu para o poema "As velhas senhoras", de José Fanha.
 
 

 



Escrever com/na Biblioteca.
Ementas literárias elaboradas a partir da seleção de títulos de livros da coleção da biblioteca.
A sugestão dos chefes Dina Lima e Rodrigo Silva tem sabor a otimismo.



Leia aqui as entrevistas produzidas pelos alunos do 11º F, no âmbito do Concurso Jornalistas em Rede, promovido pela Rede de Bibliotecas Escolares, em parceria com o Público na Escola.

 


Escrever com/na Biblioteca.
Ementas literárias elaboradas a partir da seleção de títulos de livros da coleção da biblioteca.
Sugestão dos chefes Alexandre Coutinho e João Soares: Menu com sabor a História.
 

Escrever com Florbela Espanca: um poema, 4 glosas
























Ser aluno

Ser aluno é ser mais sábio
Com a ajuda dos professores
Ir para a escola aprender
Para uma boa profissão ter.

Correr, saltar e brincar
Todos vamos sempre fazer.
Com os amigos criar
Uma relação a manter.

Estivemos “separados”
Até ao dia da saída…
Quando nos reencontramos
Criamos laços para a vida!

Ana Silva, Beatriz Pinto, Maria Coutinho, Maria Braz,  7º C




Ser jovem

Ser jovem é ser um labirinto
Um labirinto sem fim
Sentimentos dentro de mim
É o que vejo e sinto.

Ser jovem é ser difícil
Como uma bola de cristal
Tanto pode dar para o bem
Como pode dar para o mal!

Ser jovem é amar, sem olhar.
Às vezes mais vale partir
Do que continuar a procurar.

Ser jovem é ter coração de cristal
Tão fácil de estilhaçar
Mas difícil de encaixar.

Diogo Bento, João Borges, Joana Montes, José Dias,   7º C




Ser aluno

Ser aluno é ser mais sábio
Significa ter mais responsabilidade
Significa ter mais liberdade
É ter um duro horário. 

É ter altos e baixos
É subir ao topo,
É descer cabisbaixo
Às vezes sentir-nos bem
Às vezes sentir-nos mal

Ser aluno é ser jovem
É ser mais além
É ser homem.

Carolina Alves, Diogo Catarino, Elisa Fernandes, Francisco Carvalho, Matilde Minhava, 7º C




Ser jovem

Ser jovem é ser mais criativo
É ser muito inteligente
Amigo de muita gente
E estar sempre divertido.

Ser jovem também é stressante
Sempre cheio de avaliações
Com a sabedoria de Camões
Ter bons resultados é importante.

Ser jovem é estudar
Acompanhado na escola
Lápis, régua e cola
Material a não faltar.

Bernardo Eira, Gonçalo Simões, Luana Maio, Margarida Honrado,  7º C 
 
 
 
 
 
Escrever com/na Biblioteca.
Ementas literárias elaboradas a partir da seleção de títulos de livros da coleção da biblioteca.
Sugestão dos chefes Gonçalo Areias e João Pinheiro: Menu "O amor está no ar"
 
 
 
 

 
Um poema para o dia mundial da poesia
 
 Somos instantes feitos de agora

Somos instantes feitos de agora
Wow que frase!!
Então vamos pensar um pouco
Porque será?
Porque agora neste exato momento
Podemos ser tudo
Mas passado logo um segundo, nada
Porquê?
Porque a vida prega partidas
Tu não sabes se vais estar sempre lá 
Não sabes o que pode acontecer depois!

Por isso vive, sê feliz
E faz os outros felizes!
Não penses em raiva, em rancor
Em ferir ou causar qualquer dor
Essa não é a solução
Definitivamente matar, marcar, ferir não é a salvação
Agora dizes que amas
Depois estás a ferir!
Achas que isso faz sentido, quando sabes o que te pode acontecer a seguir
Achas que dizeres agora eu odeio-te, nunca mais te quero ver
Mais tarde essas palavras podem ser a razão do que mais te faz sofrer

Sim, eu sei!
A vida pode ser bem dura
Mesmo muito dura
A sério extremamente triste, agoniante, infeliz
Mas temos de tentar criar sempre harmonia
Pois é com ela que se cria o amor, a amizade
É com ela que nasce a boa parte do ser humano
Não vamos deixar que um simples episódio de vida mal passado
Nos torne a vida um inferno, um pecado

...Vamos sofrer, mas vamos aprender
Que nunca nada se resolve com sangue nem com ardor
Mas sim com honestidade, lealdade e sobretudo amor….
Que é o que precisamos de espalhar
Para as gerações futuras que aqui irão passar
Para elas poderem ver
Que nada se resolve com um frio coração
Mas com ele todo em sintonia e oração
Para que o mundo possa ver
Que uma lágrima é suficiente para entender
Não é a lutar que vamos lá chegar
Mas sim unidos que tudo vai terminar ... 

 🎧 Pode ouvir o poema aqui. 

 Patrícia Silva do 11º I
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ser ou não ser famoso, eis a questão
 
Como sabemos, Camões foi um grande humanista. Logo, a pedagogia não podia deixar de estar presente na sua epopeia Os Lusíadas.

Na verdade, todas as suas reflexões apresentam uma dimensão ético-moral sobre comportamentos associados a valores universais como o da Honra, que em meu entender engloba todos os outros.

Vou debruçar-me sobre um em particular - o caminho da fama -, abordado no canto IX , tão esquecido ou adulterado nos nossos dias.

Nos tempos que correm, todos querem ser famosos, mas a maioria sem glória nem mérito. Diariamente, assistimos a atitudes ridículas e até perigosas por parte de quem quer ser famoso(a). Desde os “malfadados” Big Brothers, onde o menos digno da essência humana é exposto, até às gravações de atos de violência ou bullying divulgados nas redes sociais. Nunca como agora o ditado “falem mal, mas falem de mim” foi aplicado de forma tão insensata.

Contudo, para além destes pseudofamosos, há muitos seres humanos a trilhar o caminho da glória, mesmo que a “trombeta” da “fama” não cante os seus feitos. Estou a falar dos médicos sem fronteiras, dos voluntários nos países em guerra ou, mesmo ao nosso lado, dos voluntários dos hospitais e dos “heróis” da pandemia - os profissionais de saúde.

As alterações climáticas são também uma pandemia, ainda que não a única, mais silenciosa e tão devastadora como a do Sars Cov 2.

E quem vemos alertar o mundo numa voz tão sonante que arrasta multidões de jovens, ainda que não faça vibrar os tímpanos daqueles que têm o poder e a solução nas mãos? 

Claro que todos dirão que Gretha Thunberg é, na verdade, famosa. Ela e todos os que a seguem estão no caminho da defesa do bem comum. Todos estes heróis mais ou menos anónimos (à exceção da jovem nórdica) não são “soados” nem provavelmente famosos. Nunca serão reconhecidos nem suficientemente valorizados, mas com eles certamente que o mundo é um pouco melhor.

E para todos os que trilham este caminho tenho a certeza que qualquer “Camões” terá uma “fúria canorosa” ou qualquer musa estará pronta a deixar de “fiar” ou "tecer" para inspirar um qualquer canto que nos faça querer ser famosos através deste caminho - o da Honra, da glória, da solidariedade, pois é isso que nos torna Homens com H maiúsculo.


Gonçalo Areias, 11ºF



 
 
 Imagem
 

A corrupção tira o sono a milhões de pessoas. Porque não aos corruptos?






Como podemos verificar, a partir do visionamento deste vídeo, o anúncio retrata bem a nossa realidade social. Mas será que este tema é de agora?

Não. Já o grande poeta épico, Luís de Camões, atento aos problemas do seu tempo, criticava estes comportamentos. Como estudamos no 10º ano, no Canto VIII de "Os Lusíadas", muita gente se deixava corromper pela ambição do dinheiro: tanto ricos como os pobres, fiéis como infiéis. A ambição leva aos vícios da traição; da corrupção; da arbitrariedade; da mentira e da tirania.

Atualmente, ainda se verificam os mesmos vícios. Muitos daqueles que metem as suas mãos em grandes quantias de dinheiro, deixam-se dominar pela ambição e pela tirania, algo que se repete, principalmente, no mundo da política, do desporto e das grandes empresas.

Na verdade, a corrupção é o maior polvo da sociedade atual e os seus tentáculos estendem-se a toda a vida económica e social.

Os casos mais flagrantes de corrupção verificam-se no mundo da política e do futebol. Os media têm um papel importante na denúncia destes crimes. No programa “Sexta às 9” são desmascarados muitos casos de branqueamento de capitais e tráfico de influências. Presidentes de câmaras são muitas vezes apontados por favorecerem e assinarem contratos com empresas de familiares. No futebol, há também muitos casos de corrupção de que todos os dias se ouve falar.

Na nossa sociedade, infelizmente, as pessoas que são responsáveis por estes casos, na maioria das vezes, têm a capacidade de escapar às condenações, precisamente devido ao facto de terem em sua posse enormes fortunas, subornando os outros de modo a saírem ilibados destes crimes. Como vimos, o anúncio publicitário denúncia esta situação. A água é símbolo de pureza e transparência, valores que não existem nestes negócios. Esta água devia lavar a cara destes corruptos e fazê-los acordar para a realidade e para a injustiça social, daí o título do anúncio: “É hora de acordar”.

É necessário pôr um travão a este género de situações, algo que se tem verificado ao longo dos anos através daqueles que expõem indivíduos corruptos. Porém, apesar das inúmeras tentativas de alerta ao público, os poderosos que se encontram no topo, arranjam sempre formas de silenciar os que se arriscam a expô-los.

Em suma, apesar da separação de cinco séculos, a crítica à ambição pelo dinheiro capaz de transformar a mentalidade das pessoas, tornando-as corruptas e cruéis, mantém-se muito atual e, infelizmente, continuará a dominar a sociedade. O que prova a intemporalidade das críticas de Camões.

 
David Verdelho, 12º D, nº 6
 
 
 
 
 
 
 
Queria oferecer-lhe uma prenda...
 

No canto oitavo de Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões reflete sobre o poder corruptor do dinheiro, a propósito da retenção de Vasco da Gama na Índia seguida da libertação apenas a troco de dinheiro e de outros produtos. O autor aproveita esse momento para falar sobre algumas consequências da corrupção como traições, inimizades ou até mesmo mortes. Não deixa de ser curioso, apesar de triste e embaraçoso, que um tema relatado no século dezasseis mantivesse a atualidade nos dias de hoje, o que podemos também verificar em outras reflexões ao longo da obra. 

O problema da corrupção já vem de longe, desde que alguém se lembrou de oferecer bens financeiros em troca de outros “favores”, de forma ilegal. Ponho favores entre aspas pois é esta a linguagem que os corruptos gostam muito de utilizar, por exemplo: “Para fechar o negócio queria oferecer-lhe uma “lembrança”; "Podíamos resolver isto com um “brinquedo” para os seus filhos”. Este tipo de comunicação além de um ataque à língua portuguesa é também um ataque às nossas carteiras.

Um caso digamos, recente, do antigo primeiro-ministro José Sócrates que esteve envolvido em vários processos, entre eles um em que é acusado de, após a sua saída do cargo político, ter ido para Paris e comprado um apartamento de luxo num dos bairros mais caros da cidade. Sócrates, alegadamente, tinha algumas possibilidades financeiras, mas não para poder pagar um apartamento daqueles e outras necessidades "básicas". Ao ser questionado sobre como conseguia o dinheiro, disse que um amigo seu, com capacidade financeira, lhe dava "tostões" para poder pagar essas necessidades básicas. Os tostões rondavam os milhões de euros. Pôs-se ainda a hipótese de empresas relacionadas com o mesmo amigo terem sido beneficiadas financeiramente devido ao cargo anterior de Sócrates. Devido a um risco elevado de fuga e para poderem manter o controle sobre a investigação, interrogaram-no, puseram-no em prisão domiciliária. Entretanto, decorreram investigações, os juízes foram sorteados como no totoloto, depois acabaram por perder provas e nunca mais se sai daqui.

Fernando da Rocha, autor que veio falar connosco na aula, numa das suas obras referiu-se ao modo natural do homem como sendo intrinsecamente mau. Esta perspectiva em alguns casos pode ser bem incorporada, mas há pessoas que tratam este assunto como se fosse uma coisa normal. Para mim não faz sentido. E é este pensamento que nos leva a situações como aquela a que assistimos recentemente, quando o eurodeputado espanhol González Ponze se dirigiu no seu discurso a António Costa e ao restante governo português por, supostamente, terem mentido em relação às qualificações de um procurador, José Guerra, que tinha sido selecionado para fiscalizar os fundos recebidos pelo nosso país pela União Europeia. Basicamente, podemos dizer que até para combater a corrupção, o nosso país é corrupto. O nosso governo para responder a este ataque diz, de forma um pouco egocêntrica que, ao questionarem essa possível irregularidade, haveria na UE um sentimento anti-Portugal.

Outro dos casos bastante conhecidos e de que todos ouvimos falar é o do banqueiro João Rendeiro, que manipulou milhões de euros do banco que geriu sem nenhum impedimento por parte da justiça e da polícia portuguesa.

São estas e outras as barbaridades que acontecem no nosso país e que envergonham um povo com uma história de luta e sacrifício apenas para chegar neste ponto. Infelizmente é a realidade em que vivemos, e como não podemos fazer nada quanto a isso, seguimos em frente.

João, Pinheiro, 11º F

 



Será que estamos todos cegos? Cegos da razão?







 
 
 
Ensaio sobre a Cegueira” consiste numa parábola de ressonância intemporal, uma obra magistralmente construída, cuja dimensão alegórica faz da cegueira uma metáfora para o horror vivenciado, mas não visto, adjacente a um mundo onde dotados da visão, negligenciamos o que está ao nosso redor. 
Sujeito ao cataclismo da cegueira sórdida e infernal e da escassez de alimentos que sustentam a vida, o manicómio torna-se rapidamente um território irrespirável e os  desafortunados lá cativos são conduzidos a níveis de sofrimento, de loucura e de  desespero dignos de um pesadelo impensável. 
De facto, assiste-se à desintegração da sociedade e às consequências do colapso social. Os traços que caracterizam a dignidade humana vão se dissolvendo, o que se manifesta indubitavelmente pela ordem elitista, corrupta, barbárie e letal que se estabelece: o apoderamento de objetos de valor das outras camaratas, a exploração sexual coletiva e os 
assassinatos. 
O flagelo elucida, pois, que consoante a precariedade das condições que assolam a humanidade, desvenda-se uma natureza selvagem que se apega a todos como uma sanguessuga em toda a sua ferocidade egoísta. Altruísmo e magnanimidade são apenas roupas que se vestem nos tempos de bonança. A cegueira como insensibilidade e indiferença diante do infortúnio do outro é uma doença indiscutível, que se alastra a uma velocidade inquietante. Saramago, sensatamente, apelidou este comportamento individualista de «cegueira da razão». 
Dizem que o amor é cego, ou será cego o desejo mórbido de sobrevivência, que impele o ser humano a colocar os seus interesses e necessidades em detrimento dos demais? A meu ver, a ausência de empatia talvez não seja inerente à condição humana, mas um mecanismo de defesa, que desenvolvemos inconscientemente, quando a devastação que presenciamos excede a nossa compreensão emocional, tornando-se menos doloroso inibir os sentimentos por completo a reconhecer a vulnerabilidade que suscitam. 
Não consegui evitar incluir uma citação de “A Peste” de Albert Camus, que se molda de forma desconcertante à conclusão deste ensaio: “Mas o que é verdade em relação aos males deste mundo é também verdade em relação à peste. Pode servir para engrandecer alguns. Contudo, quando se vê a miséria e a dor que ela traz, é preciso ser-se louco, cego ou covarde para se resignar à peste”.

Ana Ribeiro, 11º B









A ARTE

A Arte
A arte é criação!
A arte é singular!
A arte é vida!
A arte é fascínio!
A arte é emoção!
A arte é amar!

A arte é música!
A arte é canto!
A arte é dança
Que nos balança!

A arte é drama!
A arte é comédia!
A arte é cinema!
Que nos enreda!

A arte é pintura!
A arte é escultura!
A arte é construção,
Reconstrução!

A arte é escrita!
A arte é leitura!
A arte é educação!

A arte é bela!
A arte é luz!
A arte é sonho! É fantasia!
A arte é... a poesia!

Julieta Pinto (docente do Departamento de Línguas Românicas e Clássicas)
17.09.2020





Transformando o vazio

A esperança trazida por uma cura que não conhecíamos e que agora aparece como “luz ao fundo do túnel”. 
A restauração da vida finalmente em andamento.
A esperança daqueles que já não têm de contar as horas pois não mais estarão sós.
O preenchimento das certezas que nos complementam e das quais falaremos.
O brilho dos olhos dos que vemos felizes.
A alegria dos cuidadores no final de turnos animadores.
A coragem dos que tiverem de continuar expostos, dia a dia, para salvar os outros.
A felicidade de, a pouco e pouco, se recuperar o que agora, em segundos, nos escorre por entre os dedos.
O ânimo da mulher idosa no reencontro com a família.
O bulício das ruas donde nos chega um ruído que não é barulho, mas o respirar da vida quotidiana.
A alegria dos reencontros e o retomar das conversas.
A alegria e a esperança que os amigos sentirão.
O calor dos abraços virtuais existentes e dos abraços literais que em breve serão dados.
A completa facilidade dos gestos.
A esperança de podermos quebrar esta barreira que nos afasta.
A plenitude da vivência de outros verões.

Poema coletivo, produzido a partir do poema de José Tolentino Mendonça, "Ensina-nos, Senhor, a rezar este vazio". 10º I. setembro 2020.



Dia Mundial da Língua Portuguesa











Coronavírus, Covid19, Laptop




Sala 17 


Texto do Professor Ângelo Ledo



Lista, Sinalização, Esperança, Desesperança, DepressãoImagem: Pixabay

BEM ME PARECIA

Bem me parecia…
Que este dia ia chegar…
O dia de eu tentar
Construir uma canção.

Falta-me a imaginação,
Mas eu nunca vou parar
De vencer a ilusão
E irei sempre lutar.

Bem me parecia…
Que tinha de escrever
Um texto para dizer
O que me afligia.

Vivemos dias difíceis,
De angústia e tristeza,
Mas eu tenho a certeza
Que tudo vai acabar!

Bem me parecia…
Que o planeta um dia
Haveria de gritar
E todos iríamos parar.

Temos de ser conscientes
Nunca deixar de ser crentes.
Simplesmente obedecer
A quem nos quer proteger.

Mas não perco a esperança…
Quando um dia acordar,
E num toque de magia
Bem me parecia
Que tudo acabaria por passar.

Ricardo Costa | 9º B



       Texto de Gonçalo Figueiredo | 9º B





BEM ME PARECIA

Bem me parecia que isto ia acabar
Só não esperava que seria desta maneira
E com estas pessoas a desrespeitar
Sinceramente… ir pra praia
que grande asneira!

Fiquem em casa se não querem que fique pior
Eu sei que é difícil, mas temos que ser fortes
Pois não querem ir desta pra melhor…
Não pode haver mais mortes!

Aos nossos avós pediram combater na guerra
A nós, pedem p’ra ficar no sofá
Juntos temos que salvar a terra
E mais uma vez peço… não levem isto na galhofa!

Vítor Silva | 9º I


Pétalas De Rosa, Rosas, Murchas, Rosa Vermelha, Flor
Imagem: Pixabay

BEM ME PARECIA

Bem me parecia,
Que algo ali se escondia…
No silêncio da noite, apenas meu coração eu ouvia
Seria amor daqueles duradouros de janeiro a janeiro
Ou só sentimentos passageiros de um simples fevereiro?
Na escuridão, não pensava em mais nada
A não ser no encanto daquela bela jornada
Ao som de meras gaivotas abandonadas.
Menina, desde aquele dia,
Aquelas rosas vermelhas eu entendia
Não ficaram por apenas um singelo verão
Mas, sim, tatuadas no meu coração.
Arrepiei-me,
Lembrei-me de ti,
No momento em que eu sorria
Algo bem me parecia
Algo bem me parecia
No momento em que tu sorrias.

Gonçalo Figueiredo e Ricardo Pavão | 9º B








SOBRE OS AMIGOS

Não há palavras para explicar
Como é verdadeiros amigos ter
Não há maneira de falar

Quem os iria descrever? 


Tem amigos mais espertos
Também os que podem mais
Tem aqueles mais abertos
E os que têm vários ideais.

Tem amigos mais pacientes
Que aconselham sempre a gente
Tem aqueles mais inteligentes

Que para tudo usam a mente.


Na amizade não existe preconceito
Não importa o seu jeito
Só amor e respeito

Nela todo mundo é aceite

Mário Coutinho | 9º I 





Coronavírus, Corona, Quarentena, Isolamento, Proteção

BEM ME PARECIA 

No princípio deste mês,
Ouvi a informação 
Que a pandemia apareceu,
Sendo obrigatória a proteção.

Bem me parecia
Que todas as rotinas iam mudar,
Desde o despertador tocar às 7h
Até me deitar.

Bem me parecia
Que estar em isolamento social
Não ia ser agradável
Nem tão pouco natural.

Bem me parecia
Que iria haver saudades sentidas
De ir para a escola e no recreio conversar,
Sobre todas as dificuldades vividas.

Bem me parecia
Que a confusão e o medo se iriam instalar,
Pessoas nos supermercados
A comprar muito sem precisar.

Berenice Abreu | 9º B






       Imagem: Pixabay


SAUDADES


Saudades de ti
Saudades de te tocar
Saudades daquela dor
Que me põe a chorar…



Sozinha neste mundo
No meio desta multidão
Tento ser forte
Mas caio no chão.

Apesar de cair várias vezes
Levanto-me de cabeça erguida
As pessoas perguntam-me
Se eu estou bem
Mas por dentro… sinto-me perdida.

Beatriz Barreiro | 9º I




      Retrato de Jeanne Hebuterne, de Mogliani (1919)



NUNCA

Nunca digas amo-te…se não te interessa.
Nunca fales sobre os sentimentos… se estes não existem.
Nunca toques numa vida… se não pretendes abrir o coração.
Nunca olhes nos olhos de alguém… se não queres vê-lo derramar lágrimas por ti.
A coisa mais horrível e cruel que alguém pode fazer
É permitir que se apaixonem por ela
Quando não a pretendem ter.

Joana Borges | 9º B





      Imagem: Pixabay



QUEM SABE, AMANHÃ?

Tempos sombrios
no calendário dos dias arrastados,
árvores em flor anunciam a primavera,
a cada respirar percebemos a passagem
do tempo de forma silenciosa e tímida

como os ponteiros do velho relógio.


E eu? Em casa.
E nós? Em casa, assim espero eu.
Saudades dos amanheceres apressados,
dos tempos livres,
das conversas fora de casa
com este e aquele,

com o mundo à nossa volta. 


Saudades da rotina que antes era reclamada.
Saudades das batatas fritas, dos sonhos
na casa da minha avó.
Hoje, o mundo chora de saudade,
chora de compaixão,

chora de dor e de medo. 


É preciso amar mais,
é preciso zelar pelos nossos velhinhos.
Saudades dos beijos e abraços apertados,
garantia de um dia feliz.
O tempo está feio, triste,
mas eu, para não enlouquecer,
prefiro ficar
com a certeza de dias melhores,
recheados de pensamentos bons a cada novo raiar do dia.

Quem sabe amanhã não seja um dia ao ar livre? 


Ah, sim!
Eu quero dias ao ar livre,
repletos de beijos e abraços
e a minha alegre rotina de volta,
Jogar à bola,
voltar para a escola
andar livremente pelas ruas
sem nenhum
inimigo oculto à espreita.

Quem sabe, amanhã?


Gonçalo Figueiredo | 9ºB




ANJO INFERNAL
Poema de Margarida Seixas, docente da Camilo





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