+Leitur@s | Do desaparecimento dos rituais



DO DESAPARECIMENTO DOS RITUAIS
Byung-Chul Han
Relógio D’Água, 2020
104 págs.


Byung-Chul Han, o filósofo sul-coreano formado e radicado na Alemanha regressa à análise das sociedades contemporâneas, neste caso acerca do abandono dos rituais — de morte, de celebração, de passagem — em que assenta a nossa existência coletiva.


Rituais são ações simbólicas que permitem criar uma comunidade e que, no limite, podem dispensar a comunicação verbal, como é o caso da cerimónia do chá japonesa. Sem pretensões a transmitir conteúdos significativos, permitem que uma coletividade os reconheça como sinais da sua própria identidade.

No entanto, nas atuais sociedades caracterizadas pelo individualismo narcísico e o culto da autenticidade, afirma-se uma comunicação sem comunidade, com o abandono desses rituais sociais que pautavam a vida, do nascimento à morte, através de cerimónias iniciáticas de celebração e passagem. Nos nossos dias de informação instantânea através das redes sociais, a fluidez da comunicação é um imperativo e os rituais são percebidos como algo de antiquado, de prescindível, e até como um obstáculo à produção em série.

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