Ler prolonga a vida

 






Um estudo sobre saúde e aposentadoria realizado por cientistas da Universidade Yale avaliou 3.635 pessoas durante 12 anos. Depois de eliminar os fatores de ajuste de sexo, raça, condição de saúde e possível obesidade e depressão, a equipa decretou: ler prolonga a vida.

O estudo, publicado na Social Science & Medicine, conclui que os leitores de livros costumam ser mulheres com formação elevada e melhor poder aquisitivo, mas isso não é determinante; o fundamental é ler. “As pessoas que leem meia hora por dia já levam uma vantagem de sobrevivência significativa em relação às que não leem nada”, disse Becca R. Levy, professora de epidemiologia de Yale e principal autora do estudo, ao The New York Times. “E essa vantagem permanece após a correção de variáveis como a saúde, a educação e as habilidades cognitivas.”

O estudo não avalia géneros nem qualidades literárias. Aparentemente, Cervantes e Dickens têm as mesmas hipóteses de prolongar as nossas vidas que Jorge Amado e Dan Brown. Os jornais também contam. “Talvez o seguinte passo para Yale é medir com que autores podemos viver um pouco mais. Essa é uma ideia. Agora já sabemos que a poesia não fornece antioxidantes como o arroz integral e que, no entanto, autores como Guimarães Rosa são pura ginástica para a cabeça; que o ensaio não tem a ver com gorduras monoinsaturadas, nem o romance com o risco cardiovascular, mas que a obra de Clarice Lispector pode manter os nossos níveis de palpitações adequados. É uma descoberta genial para curtir este fim de inverno: pela primeira vez, a droga que queremos na veia é boa para a saúde. Se possível, com uma torrada integral na outra mão.

Harbour, B. (2016). Finalmente uma droga que faz bem à saúde. Retrieved 25 February 2021, from https://brasil.elpais.com/brasil/2016/08/19/deportes/1471621596_718582.html?rel=mas




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