Exposição: 48 anos de censura em Portugal

 




"Ecedi escrever ortado; poupo assim o rabalho a quem me orta..." 
- Maria Velho da Costa, autora de "Ova Ortegrafia"


Munidos com o célebre "lápis azul", com que se cortava todo texto considerado impróprio, os censores de cada distrito ou cidade, apesar de receberem instruções genéricas quanto aos temas mais sensíveis a censurar, variavam muito no grau de severidade. De facto, verifica-se que houve regiões do país onde estes eram mais permissivos e outras onde eram exageradamente repressivos. Isto devia-se ao facto de constituírem um grupo muito heterogéneo a nível intelectual. Muitos reconheciam rapidamente qualquer texto mais ou menos "perigoso" ou revolucionário, enquanto que outros deixavam facilmente passar conteúdos abertamente subversivos.
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Os livros não eram sujeitos a censura prévia mas podiam ser apreendidos depois de publicados, o que era feito frequentemente pela Direcção-Geral de Segurança, que emitia mandados de busca às livrarias. Os correios controlavam a circulação de livros. A Inspecção Superior de Bibliotecas e Arquivos proibia a leitura de determinados documentos - não se podia ler nada referente à Índia Portuguesa que fosse posterior à Guerra de Baçaim (1732/1739) e a Biblioteca Nacional continha obras listadas que não podiam ser lidas.

Censura em Portugal. (2023). Retrieved from https://pt.wikipedia.org/wiki/Censura_em_Portugal



Visite a exposição sobre os "48 anos de censura em Portugal", até 23 de fevereiro. 



Censura do jornal "Notícias da Amadora", de 21 de julho de 1970, com o infame lápis azul











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