Série da RTP2 propõe leitura d "Os Lusíadas" numa relação com contemporaneidade
A série televisiva "Os Lusíadas", uma ideia do encenador Daniel Gorjão, responsável pela programação de artes performativas da RTP, propõe-se incentivar o interesse pela obra de Luís de Camões, quando se celebram os 500 anos do nascimento do poeta.
Realizada por Patrícia Couveiro, a série vai ser transmitida pela RTP2, à quinta-feira à noite, a partir da próxima semana, dia 7 de novembro, num total de dez episódios - tantos quantos os cantos da epopeia -, com durações entre os 45 e os 50 minutos cada um.
Segundo Daniel Gorjão, que apresentou a produção em Lisboa, a série funciona como "uma fixação audiovisual d``Os Lusíadas`", originalmente publicados em 1572. O objetivo é "refletir sobre a importância e significado, nos dias de hoje, de um texto com cerca de 500 anos".
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Para tal foram escolhidas dez atrizes - uma por cada canto do poema épico. "Tentámos, eu e a realizadora, ter um naipe de atrizes o mais diverso possível entre si, atrizes mais conceituadas, mais jovens, de diferentes etnias, não descurando o talento".
As atrizes escolhidas são Beatriz Batarda, Inês Vaz, Carla Gomes, Rita Cabaço, Maria João Luís, Mónica Calle, Sandra Hung, Círila Bossuet, Inês Castel-Branco e Carolina Amaral. Um conjunto que Daniel Gorjão qualificou de "um elenco bastante forte".
Cada uma das atrizes vai dizer um canto d`"Os Lusíadas" num cenário diferente - pode ser um restaurante típico lisboeta, o Oceanário, a Biblioteca Nacional, um ringue de boxe. Cenários "o mais diversos possível", sublinhou Daniel Gorjão.
"Os cenários escolhidos dialogam com o texto e com a contemporaneidade, com aquilo que é o país hoje dia", garantiu.
"A epopeia é aquilo que todos conhecemos. O que tentamos fazer, lendo a obra na íntegra, é pô-la em relação com a contemporaneidade, com a cidade, com aquilo que é urbano e o que é 2024, numa era pós-colonialista", disse à Lusa o autor da ideia original da série, lembrando que o colonialismo é um dos temas que Camões trata n`"Os Lusíadas".
A ideia, prosseguiu, "é colocar a obra em diálogo com 2024", através das imagens e das pessoas escolhidas que, "de alguma forma, conseguem dialogar e atualizar aquilo que é uma obra com mais de 400 anos".
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