Chimamanda Adichie: o perigo da história única

 



As nossas vidas, as nossas culturas são compostas de muitas histórias sobrepostas. A escritora Chimamanda Adichie conta a história de como ela encontrou sua autêntica voz cultural - e adverte-nos que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país, corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos.






"Anos depois, pensei nisso quando saí da Nigéria para ir para a faculdade nos Estados Unidos. Eu tinha dezanove anos. A minha colega de quarto americana ficou chocada comigo. Perguntou onde tinha eu aprendido a falar inglês tão bem e ficou confusa quando respondi que a língua oficial da Nigéria era o inglês.

Também perguntou se podia ouvir aquilo a que chamou a minha “música tribal”, e ficou muito dececionada quando mostrei a minha gravação da Mariah Carey. Ela também presumiu que eu não sabia como usar um fogão. O que me impressionou foi: ela já sentia pena de mim antes de me conhecer. A sua postura preestabelecida em relação a mim, como africana, era uma espécie de pena condescendente e bem-intencionada. A minha colega de quarto tinha uma história única da África: uma história única de catástrofe.

Naquela história única não havia a possibilidade de africanos serem parecidos com ela de nenhuma maneira; não havia a possibilidade de qualquer sentimento mais complexo que pena; não havia possibilidade de uma conexão entre dois seres humanos iguais." - Vídeo da TedTalk, por Chimamanda Ngozi Adichie

Livros de Chimamanda Ngozi Adichie traduzidos para português:



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