Sugestão de leitura | O livro das portas
#alermaisemelhor
SINOPSE
Qualquer porta poderá ser uma porta qualquer Cassie Andrews trabalha numa livraria de Nova Iorque e leva uma vida calma.
Até que, certo dia, recebe do seu cliente favorito um presente peculiar: um livro recheado de estranhos escritos e desenhos misteriosos. No frontispício, encontra uma dedicatória manuscrita dirigida a si própria e uma nota a explicar que está na posse do Livro das Portas. O que não lhe é explicado é que este é um livro especial que confere poderes extraordinários a quem o possuir, mas Cassie não tarda a percebê-lo.
Na companhia da sua amiga Izzy, começa a explorar as capacidades do livro, arrebatada pela possibilidade de viajar para qualquer lugar que consiga imaginar.
Porém, as duas amigas rapidamente descobrem que o Livro das Portas não é o único livro mágico no mundo e que existem outros livros capazes de fazer coisas tão maravilhosas quanto terríveis.
De um momento para o outro, Cassie e Izzy veem-se perante pessoas impiedosas, dispostas a tudo para conseguirem o que querem, e o único que parece poder ajudá-las é Drummond Fox, um homem que há muito foge dos seus próprios demónios e que possui uma biblioteca de outros tantos livros com poderes especiais que precisa de manter em segurança.
📌Crítica literária
Mais do que uma simples biografia, Ross King usa a vida de Vespasiano da Bisticci como uma lente vibrante para explorar uma era crucial na história humana, a mudança dramática dos manuscritos para o advento revolucionário da imprensa.
O livro mergulha nos detalhes intrincados da produção de manuscritos, desde a meticulosa preparação do pergaminho e a moagem dos pigmentos vibrantes para a iluminura até o laborioso trabalho dos escribas e a arte dos encadernadores. Esses detalhes, longe de serem tediosos, mergulham o leitor num mundo onde os livros não são meros textos, mas sim obras de arte apreciadas.
Além da mecânica da produção de livros, King também pinta um quadro vívido do cenário intelectual e político da Florença renascentista. Os leitores são apresentados às figuras ilustres que frequentavam a loja de Vespasiano – humanistas, filósofos e mecenas –, tornando-a um centro de debates animados e troca de ideias.
Em Florença, mais do que em qualquer outro lugar, um grande número de pessoas sabia ler e escrever, chegando a sete em cada dez adultos. Os níveis de alfabetização de outras cidades europeias, em contraste, estavam abaixo de 25%.
O que torna O Livreiro de Florença particularmente cativante é sua exploração da "ruptura tecnológica" que, em última análise, desafiou o mundo artesanal de Vespasiano: a imprensa. King narra com mestria a chegada dessa nova invenção, o ceticismo que enfrentou inicialmente e seu eventual e inevitável impacto no mercado editorial.
Uma leitura verdadeiramente enriquecedora, O Livreiro de Florença é um livro para qualquer pessoa fascinada pela história dos livros, pelo Renascimento ou pelas profundas maneiras pelas quais os avanços tecnológicos podem remodelar o esforço humano. Ele lembra-nos de uma época em que o conhecimento era literalmente um tesouro feito à mão e oferece uma reflexão oportuna sobre como consumimos e valorizamos a informação na nossa era digital em constante evolução.
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